A ocupação acontece porque o povo não tem onde morar, diz coordenadora de movimento em Fortaleza

15/08/2005 - 15h44

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – "A ocupação acontece. Organizada ou não, ela acontece porque o povo não tem onde morar", afirma a coordenadora do Fórum das Ocupações de Fortaleza, Ila Viana, sobre uma das estratégias dos movimentos de moradia: ocupar prédios ou terrenos considerados subutilizados. O Fórum é uma das organizações que participam da Marcha Nacional da Reforma Urbana e pelo Direito à Cidade, hoje (15) e amanhã (16), em Brasília.

Ila conta que, além de reivindicar melhores condições de moradia, integrantes do Fórum vieram à marcha para protestar contra os despejos dos moradores de terrenos ocupados em Fortaleza. Ela afirma que a cidade tem hoje cerca de 20 ocupações ameaçadas de despejo e algumas delas chegam a ter 600 famílias. Segundo a coordenadora do Fórum, as famílias despejadas ficam alojadas em barracões coletivos, sem infra-estrutura e condições de higiene.

O combate aos despejos é um dos pontos da plataforma de reivindicações dos participantes da marcha, que deve ser debatida hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento pede o combate aos despejos forçados por meios legais, políticas públicas de prevenção e mediação junto às ações dos despejos e de todas as formas de exclusão e segregação urbana.

O objetivo da Marcha Nacional da Reforma Urbana e pelo Direito à Cidade é sensibilizar o governo e a sociedade brasileira para questões referentes à reforma urbana como a falta de moradia, de saneamento e do alto custo do transporte urbano.