Programa Bolsa Família também precisa de parcerias, diz diretor de ONG

10/08/2005 - 20h30

Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil

Fortaleza - O Brasil tem pela primeira vez na sua história um programa de segurança alimentar. A opinião é de Walter Belik, diretor da Associação de Apoio a Políticas de Segurança Alimentar – Apoio Fome Zero, que participou hoje (10) do encontro Parcerias para a Sustentabilidade de Comunidades e Municípios.

Belik destacou que mais de 8 milhões de famílias estão sendo beneficiadas pelo Bolsa Família: "Nunca se teve no Brasil um programa social dessa magnitude". Lembrou que "existem criticas sobre como está sendo feita a transferência de renda, como essas famílias vão poder sair depois do Bolsa Familia", mas disse acreditar que a opinião pública já reconheceu a importância do programa.

"O Bolsa Família é um passo que tem de ser complementado por outras coisas, como parcerias. Uma família que hoje tem uma renda de R$ 95,00 pode comer, mas onde vai comprar a comida? Não seria melhor que ela comprasse da produção local?", argumentou.

O diretor citou ainda o caso da merenda escolar, que atende em média 35 milhões de crianças por dia e cujo repasse é expressivo. Na opinião dele, seria interessante que as prefeituras comprassem a merenda dos produtores locais. O próprio governo federal, lembrou, tem um programa que favorece a compra direto dos produtores. "Mas será que os prefeitos sabem? E os pequenos produtores? Será que eles estão capacitados a vender para a Prefeitura atendendo os requisitos da lei de licitações, que é complicadíssima?"

Belik disse considerar importante, nessa nova fase do programa Fome Zero, a parceria com empresas e com entidades que têm a tecnologia e o conhecimento que falta às comunidades. E destacou que não se trata de substituir a ação governamental, mas de apoiá-la e complementá-la.