Mercadante sugere que ''incompetência'' da tesouraria do PT originou acusação contra Lula

10/08/2005 - 20h11

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O líder do governo no Senado Aloizio Mercadante (PT-SP) disse em plenário que considera "improcedente e injusto" tentar transformar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em "alvo". Ele respondeu às acusações de que o atual presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, teria pagado uma dívida pessoal de Lula com o PT de R$ 29.436,26, entre dezembro de 2003 e fevereiro de 2004. De acordo com nota divulgada pelo partido, a dívida é relativa a adiantamentos de viagens de 2002. "Em dezembro de 2002, foi feita a rescisão do contrato de remuneração do dirigente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesse ato, Lula foi representado pelo sr. Paulo Okamotto, seu procurador legal", relata.

Mercadante citou um exemplo pessoal para explicar uma dívida que ele também teria contraído com o PT. O senador disse que durante uma viagem de dez dias à Europa pelo partido, em 2002, recebeu R$ 1 mil para a passagem aérea e R$ 2,750 mil para as diárias e custeio da viagem. Porém, o valor teria sido insuficiente para pagar todas as despesas. Ao retornar da Europa quase um ano depois, ele foi avisado de que deveria prestar contas e que tinha uma dívida com o PT. Para resolver a situação, disse ter dado dois cheques sem contestar o partido. "Até nisso a tesouraria do PT foi incompetente", afirmou.

Segundo a nota do PT, foi apresentada na ocasião uma dívida no valor de R$ 29.436,26, decorrente de viagens ao exterior, de pagamento de passagem da sra. Marisa Letícia e do adiantamento a funcionário. "Naquele momento, o sr. Paulo Okamotto não reconheceu a dívida, que foi lançada na contabilidade do partido."

A nota informa ainda que, no final de 2003, Paulo Okamotto propôs o pagamento da dívida em quatro parcelas, que foram pagas em 30 de dezembro de 2003 e 29 de janeiro, 27 de fevereiro e 30 de março de 2004.