Instituto de Engenharia de Software quer aumentar competitividade dos programas nacionais

10/08/2005 - 12h35

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio – Foi inaugurado hoje (10), no Rio, o Instituto de Engenharia de Software (IES), criado para ajudar a industria brasileira, principalmente as empresas de pequeno e médio portes, a ganhar mais competitividade no mercado internacional.

A criação do IES é uma iniciativa do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com várias outras empresas. O novo Instituto vai adotar um modelo de referência denominado MPS BR-Melhoria de Processo do Software Brasileiro, que poderá reduzir em até seis vezes o custo de certificação das empresas do setor e melhorar a qualidade dos sistemas.

O MPS BR tem tecnologia 100% nacional e foi desenvolvido pelo Coppe e pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), uma entidade privada sem fins lucrativos, com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia ( MCT).

Para a diretora-adjunta de assuntos acadêmicos do Coppe, Cláudia Werner, a utilização de um modelo de software mais moderno é uma questão de sobrevivência para que as empresas nacionais conquistem espaço em outros países, e por isso entende que os empresários não devem depender exclusivamente do incentivo financeiro do governo.

"As empresas sabem que precisam correr atrás do tempo, e, portanto, mesmo que esse incentivo não venha no montante que seria ideal, o que vier já seria considerado um lucro. As empresas deveriam arcar com o restante das despesas", ressaltou a professora.

Ela explicou ainda que o novo modelo de processo de desenvolvimento de software ainda não tem o reconhecimento internacional, mas o uso do MPS BR pode representar um sinal de que as empresas brasileiras estão melhor qualificadas para atingir as exigências dos modelos internacionais.

"O que é importante, antes de se alcançar o mercado internacional é pensar no mercado brasileiro. E aí, um importante agente é o governo na medida em que ele começar a adotar esse modelo brasileiro e exigir das suas contratadas o uso do MPS BR". Assim, acrescenta, "o governo estará incentivando todas as empresas nacionais, e portanto, ajudando as empresas a atingirem patamares cada vez melhores de qualidade, para chegar ao mercado internacional", destacou a diretora do Coppe.

Cláudia Werner diz esperar que a propagação do uso do MPS BR pelas empresas nacionais permita que elas alcancem um alto patamar na avaliação dos institutos que emitem certificados de qualidade. Atualmente a maior parte dos certificados de qualidade é emitida pela ISO - International Standardization for Organization, uma organização não-governamental fundada em 1947 e com sede em Genebra, na Suíça, mas o Coppe já vem preparando técnicos para emitir os certificados.