Goldman entra com representação pedindo cassação de Paulo Pimenta

10/08/2005 - 19h51

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O deputado Alberto Goldman (PSDB-SP) apresentou hoje (10) à Mesa da Câmara representação contra o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). Goldman pede que Paulo Pimenta seja afastado da vice-presidência e da condição de membro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos. Ele pede também que seja aberto processo de cassação contra Pimenta por quebra de decoro parlamentar.

A representação explica que o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), na abertura da reunião conjunta das CPMIs dos Correios e da Compra de Votos, solicitou que Paulo Pimenta expusesse o que teria conversado e obtido durante "carona" oferecida pelo empresário Marcos Valério e advogados, na madrugada de hoje (10), após depoimento do empresário à CPMI da Compra de Votos.

Segundo a representação, Pimenta negou que houvesse tomado carona com Marcos Valério, mas confirmou ter obtido junto a ele e seus advogados uma nova lista de beneficiários de saques nas contas bancárias das empresas de Valério. No entanto, afirma a representação, o advogado Paulo Sérgio Abreu e Silva confirmou publicamente que não entregou nenhuma lista ao deputado Paulo Pimenta.

"Portanto, o deputado federal Paulo Pimenta falgou com a verdade perante as CPMIs dos Correios e do 'Mensalão'. Ainda que não estivesse sob juramento, há toda evidência, quebrou o decoro parlamentar", diz Alberto Goldman na representação.

O documento questiona ainda a proximidade de Pimenta com Marcos Valério. "Não há que ter dúvida: a proximidade e a intimidade exibidas pelo deputado federal Paulo Pimenta da Veiga a um dos principais investigados é incompatível com sua condição de membro e vice-presidente da CPMI que investiga, justamente, o 'mensalão', ao que consta, operado, entre outros, pelo próprio publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza".

O presidente da CPMI da Compra de Votos, senador Amir Lando (PMDB-RO), afirmou que não houve quebra de decoro parlamentar. "Isso não é quebra de decoro, falar com depoente. Tantos já o fizeram no passado", disse. "Há precedentes e precedentes. Desde que ele consiga no contato pessoal trazer elementos úteis para comissão isso sempre é louvável", completou. O senador disse que o assunto deve ter tratado com serenidade durante reunião administrativa.