Força Sindical diz que fará ato contra corrupção, enquanto movimento discute se deve ir às ruas

10/08/2005 - 16h38

Elisângela Cordeiro
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, informou hoje que a central irá realizar uma manifestação em São Paulo, no dia 6 de setembro, para exigir a apuração e punição dos culpados envolvidos nas denúncias de corrupção, além de cobrar que o Congresso não fique paralisado em função dos trabalhos das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) instaladas. Ele destacou que a manifestação não pede o afastamento do presidente da República (impeachment). "Precisamos colocar a população na rua para impedir que seja jogado para debaixo do tapete as denuncias e principalmente que o Congresso paralise", disse.

A iniciativa foi apresentada hoje no Movimento pela Legalidade, Contra o Arbítrio e a Corrupção, grupo formado por 40 entidades representativas da sociedade civil. A manifestação conta com o apoio de outras três entidades sindicais: Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Social Democracia Sindical (SDS) e Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT). Os demais integrantes do movimento divergem sobre a necessidade de realizar protestos de rua neste momento. Na próxima semana, uma nova reunião será realizada para definir a posição do movimento frente à proposta.

Segundo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Luiz Flávio Borges D´Urso, o movimento fará uma "vigília cívica" para acompanhar as investigações. "Enquanto as instituições estão trabalhando, enquanto a CPI está funcionando, enquanto a Comissão de Ética esta funcionando, o Ministério Público está investigando junto com a Polícia Federal, enquanto nós estamos na normalidade dos mecanismos da democracia (não será necessário ir para rua). Nós estamos acompanhando, se eventualmente alguns desses mecanismos institucionais falharam e aí nos vamos trabalhar inclusive com medidas judiciais, dependo do que surgir, nós vamos definir a medida e tomar a iniciativa pela OAB e se houver consenso, no movimento todo", afirmou D´Urso.

Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), uma das entidades que compõem o Movimento pela Legalidade, Contra o Arbítrio e a Corrupção, defendeu que todas as atitudes devem ser tomadas com cautela e serenidade. "Se necessário for, devemos agir. Se necessário for pela legalidade, contra a corrupção, contra o arbítrio, dentro dos princípios que nortearam a formação desse movimento devemos sair as ruas, porém sempre com muita prudência e com consenso com o movimento", disse. Ele destacou que a Fiesp irá discutir primeiro as propostas para poder defender uma posição no movimento.