Recife, 10/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - As 380 famílias de trabalhadores rurais ligadas à Comissão Pastoral da Terra (CPT) que tinham ocupado hoje (10) a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), começaram a deixar o local no final da tarde. Os trabalhadores são da zona da mata, agreste e sertão de Pernambuco.

A decisão de desocupar a sede do Incra foi tomada depois que a superintendente Maria de Oliveira assegurou, durante reunião com os líderes do movimento, que a partir da próxima semana serão tomadas medidas para desencadear uma reforma agrária mais ampla no estado. Entre essas ações está a notificação de dez propriedades, para decretação de interesse público. Segundo denúncias feitas pelos trabalhadores, esses proprietários vêm empregando mão-de-obra infantil e adotando a prática do trabalho escravo.

De acordo com o coordenador da CPT, Plácido Júnior, a superintendente também assumiu o compromisso de determinar a realização do laudo de regularização de três comunidades quilombolas, onde vivem mais de 400 famílias.

Outra medida anunciada por Maria de Oliveira é a realização, em parceria com as prefeituras municipais, de obras de infra-estrutura – açudes, escolas, postos de saúde e eletrificação rural – nos assentamentos de reforma agrária.