EUA e Alemanha apresentam exemplos de reforma política bem sucedida

10/08/2005 - 20h41

Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Enquanto a maioria dos países sul-americanos vem passando por mudanças em sua estrutura política, os Estados Unidos e a Alemanha conseguiram consolidar modelos considerados por especialistas eficientes nos dois países. O presidente da Comissão Federal Eleitoral dos EUA, Bradley Smith, disse que as medidas implementadas no país nos últimos anos conseguiram coibir ações de corrupção. "As contribuições para campanhas políticas têm que ser feitas com cheques, para que possam ser rastreados. Ou por meio de fundos, que também podem ser controlados. O dinheiro deve ser gasto em campanhas e não podem ser usados para fins pessoais porque devem ser depositados em contas de partidos", disse.

Segundo Bradley, a legislação eleitoral dos norte-americanos também prevê limites para a contribuição pessoal e de empresas para campanhas políticas. Na avaliação do especialista, os métodos de controle dos gastos de campanhas são "agressivos" para evitar desvios éticos. Cada candidato, explicou, é obrigado a declarar no site da Federal Election Commission (FEC) todas as despesas da campanha – detalhando os gastos. "Se um candidato declarar que gastou somente US$ 100 mil em uma campanha, e a população perceber que ele mentiu, já que apareceu demais na TV e em outros meios de comunicação, pode denunciar e ele será investigado", afirmou.

Já o representante da Fundação Konrad Adenauer da Alemanha, Wilhelm Hofmesiter, disse que o modelo fortaleceu os partidos políticos em seu país, como forma de evitar a corrupção no sistema político. "Eles cumprem razoavelmente as suas funções, porque a Constituição lhes outorga papel privilegiado, e têm que prestar contas dos seus atos. O sistema eleitoral dá preferência aos partidos e não às pessoas", ressaltou.

Wilhelm Hofmesiter disse que, para integrar um partido, o candidato deve concordar com as plataformas políticas – o que também inviabiliza o troca-troca partidário. Segundo ele, há punição prevista em lei para as mudanças de partidos e a própria sociedade alemã repudia esse comportamento. Outra vantagem, segundo Hofmesiter, é a varidade e quantidade de cargos eleitorais, o que permite maior independência dos candidatos. O país também não adota financiamento público de campanha, mas os candidatos são obrigados por lei a realizar apenas campanhas econômicas.