Cartórios do Rio fazem campanha pelo reconhecimento voluntário de paternidade

10/08/2005 - 14h07

Rio, 10/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - Uma campanha inédita de incentivo ao reconhecimento voluntário da paternidade está sendo promovida em todos os cartórios do Rio de Janeiro. A iniciativa partiu da Associação dos Notários e Registradores do Rio de Janeiro (Anoreg), que já fez campanhas anteriores em defesa do registro de crianças e agora espera sensibilizar os homens a incluírem seu nome nos documentos onde consta somente o nome da mãe.

A campanha está sendo divulgada em 46 outdoors que foram espalhados em pontos estratégicos do Rio e foi criada com base em dados concretos. Segundo o presidente da Anoreg, Alan Borges, o problema ocorre em 70 % dos registros de crianças nas regiões mais carentes do Rio de Janeiro e bairros da zona sul, como Copacabana, onde 20 % das certidões emitidas levam somente o nome da mãe.

Borges afirmou que muitos homens ainda resistem a assumir a paternidade. Os motivos mais comuns são: pensar que o registro é pago, querer adiar o pagamento de pensões, acreditar que deva ir junto com a companheira ao cartório ou estar trabalhando em outro estado. Ele destacou que, mesmo estando longe de casa, através de contato entre cartórios, é possível incluir o nome do pai nos documentos.

Alan Borges lembrou que há casos de mães que só conhecem o apelido do pai da criança e de outras que não têm certeza da paternidade e acabam não registrando os filhos, perdendo, com isso, o direito a pensão e a programas sociais. Outro problema, mais comum entre mulheres de classe média e alta, é a chamada "produção independente", quando a mãe não quer incluir o nome do pai no registro do filho. "O direito de saber o nome do pai é da criança e não dela", afirmou Borges.