Professor Luizinho diz que assessor recebeu dinheiro sem saber que era de Marcos Valério

02/08/2005 - 21h42

Gabriela Guerreiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O vice-líder do PT na Câmara, deputado Professor Luizinho (SP), admitiu hoje (02) que um de seus assessores recebeu R$ 20 mil do publicitário Marcos Valério, no final de 2003, para o pagamento de pré-campanhas eleitorais de candidatos petistas no estado de São Paulo.

O deputado afirmou, no entanto, que, ao receber os recursos, o assessor não sabia que eram provenientes de empresas de Marcos Valério – e por isso havia negado o recebimento do dinheiro anteriormente.

"Ele procurou o Delúbio Soares (tesoureiro licenciado do PT) no final de 2003 e o Delúbio liberou a ele R$ 20 mil. Ele me disse que negava porque nunca imaginou que o dinheiro pudesse ser dessa história de Banco Rural e Marcos Valério", afirmou Luizinho.

O deputado disse que os R$ 20 mil foram utilizados integralmente no financiamento de pré-campanhas do PT e garantiu que em nenhum outro momento recebeu dinheiro de Marcos Valério.

"Não foi para uso pessoal. Foi um único aporte de R$ 20 mil, uma única vez, para pré-campanhas internas do partido. Vincular isso a mensalão é ofensa. Mensalão é aporte determinado, periódico. É impossível que alguém queira fazer essa comparação", disse Professor Luizinho.

O vice-líder petista enfatizou que não está disposto a renunciar ao seu mandato parlamentar por ter admitido o recebimento dos recursos. "Não tenho nenhum ato que envolva o meu nome em qualquer improbidade, denúncia de corrupção, em qualquer irregularidade no âmbito da administração pública. Portanto, não há o menor sentido, não tem a menor lógica apresentar a hipótese de renúncia".

Professor Luizinho também negou que esteja sendo articulada uma espécie de "renúncia coletiva" entre os parlamentares que admitiram ter recebido recursos de Marcos Valério: "É uma besteira essa história de renúncia coletiva. Essa reunião nunca teve, e não vai existir. Não pode criar esse clima".