CPI ouve hoje irmãos gaúchos acusados de porte ilegal de armas

02/08/2005 - 6h41

Brasília - A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o tráfico de armas tem agendada para hoje (2) uma audiência com os irmãos médicos de Santa Cruz do Sul (RS), Carlos Henrique Gross e Paulo César Gross.

Carlos Henrique foi preso em flagrante no final de abril, por suspeita de porte ilegal de armas. Com ele foram encontradas 42 armas de calibres diversos, como rifles, fuzis e submetralhadoras, além de mais de 6 mil cartuchos. Paulo César é suspeito de ser o dono de algumas armas, fato que levou a polícia a indiciá-lo no mesmo inquérito do irmão.

Essa é a terceira vez que a CPI marca audiência para ouvir os irmãos Gross. Durante diligências no Rio Grande do Sul, realizadas no início de junho, estava previsto um primeiro depoimento. Entretanto, eles não compareceram. Carlos Henrique enviou atestado médico e Paulo César mandou o advogado representá-lo.

Na segunda tentativa, foi marcada audiência na Câmara dos Deputados, mas os médicos não foram encontrados para receber a intimação. A expectativa é que agora os irmãos compareçam, já que a advogada da dupla se comprometeu a fazê-los comparecer.

Também está prevista para hoje (2) a avaliação de dois requerimentos para a convocação do técnico judiciário Hélio Garcia Ortiz, acusado de liderar o esquema de fraude em concursos públicos promovidos pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB).

Segundo o requerimento apresentado pelo deputado Colbert Martins (PPS-BA), a Polícia Civil teria provas, como escutas telefônicas, que provariam o envolvimento de Ortiz com as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro.

Em outro requerimento, o deputado Martins requisita a convocação do ex-policial Marco Túlio Prata. Durante busca policial na casa de Prata, onde eram procurados documentos da DNA Propaganda - uma das empresas de Marcos Valério de Souza, suposto operador do esquema de pagamento de mesas a parlamentares, o chamado "mensalão" - foram encontradas 17 armas de calibres diversos, uma carabina com mira telescópica, uma pistola semi-automática, munição, dez granadas, silenciadores e bombas de fabricação caseira. Marco Túlio é irmão do contador da DNA Propaganda.