Cai parcela do salário mínimo necessária para comprar uma cesta básica

02/08/2005 - 20h41

Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Caiu, em julho, o valor de salário mínimo necessário para que os trabalhadores brasileiros comprem uma cesta básica. Segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), a parcela do salário mínimo líquido (após os descontos referentes à previdência) necessária para a compra da cesta básica em julho foi de 56,02%, enquanto no mês anterior era de 57,5%, e em julho de 2004, de 64,61%.

A redução do comprometimento do mínimo para a compra da cesta básica foi verificada já em junho. No início do último mês, o supervisor do Escritório Regional do Dieese em São Paulo, José Silvestre, destacou à Agência Brasil que o reajuste do salário mínimo em maio foi acima da inflação. "Esse conjunto de produtos que compõem a cesta básica, na média, subiu abaixo do que subiu o salário mínimo e isso se verifica tanto do ponto de vista da quantidade de horas (trabalhadas) necessárias para se adquirir esses produtos como também da sua participação líquida", explicou.

Segundo o Dieese, a redução no custo da cesta básica em quase todas as 16 capitais pesquisadas em julho possibilitou nova queda na jornada de trabalho necessária para adquirir os produtos de primeira necessidade. Na média de todas as cidades, houve uma redução de 3 horas: o trabalhador precisava de 113 horas e 49 minutos em julho, contra 116 horas e 49 minutos em junho e 119 horas e 54 minutos em maio. Em julho do ano passado, a jornada de trabalho necessária chegou a ser de 131 horas e 16 minutos.

Mesmo com esses avanços no poder de compra, o Dieese avalia que valor do salário mínimo teria de ser, no último mês, R$ 1.497,23. Para fazer esse cálculo, o Dieese leva em consideração a legislação que criou o salário mínimo, determinando que ele deveria suprir todos os gastos básicos de uma família.