Visita de general Félix ao Haiti visa a pressionar liberação de recursos da ONU

10/06/2005 - 16h38

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Jorge Armando Félix, viaja pela primeira vez a Porto Princípe, capital do Haiti, com o objetivo de pressionar a Organização das Nações Unidas (ONU) a liberar recursos para aquele país. Ele visitará o Haiti entre os dias 11 e 13 deste mês.

"Pressionar, no bom sentido, a Organização das Nações Unidas para liberar recursos que já estão disponíveis para serem aplicados no Haiti e que até hoje, passado um ano da chegada da força de paz, ainda não foram liberados", afirmou o general, em entrevista à Agência Brasil.

Desde junho de 2004, o Brasil lidera a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) que pretende colaborar com o processo de estabilização do país. O governo brasileiro tem afirmado que o sucesso da missão depende de ajuda internacional. Em julho, foi criado um Fundo Internacional para a Reconstrução do Haiti com a estimativa de arrecadar US$ 1 bilhão de países doadores.

"Esses recursos ainda não foram empregados no Haiti", completou o general. "É uma das queixas do comandante da Minustah, general Heleno, exatamente de que os recursos não vêm sendo aplicados. Criou-se uma expectativa junto à população de que, além da presença militar que daria mais tranqüilidade e segurança, haveria também alguma coisa na área economia e social, isso não vem acontecendo. Cria realmente uma frustração na população".

O ministro vai entregar também uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao comandante da missão, general Heleno Ribeiro Pereira. Na mensagem, Lula elogia o trabalho dos soldados brasileiros e estrangeiros que integram a equipe.

Desde 1804, ano da independência haitiana, o país mais pobre das Américas vive em clima de instabilidade política. A crise agravou-se, em fevereiro de 2004, com a saída do presidente Jean-Bertrand Aristide, que asilou-se na África do Sul. As Nações Unidas criaram uma força de paz para estabilizar o país. Sob comando do Brasil, a operação é composta por 1.200 militares brasileiros e de outras 15 nações.

Um grupo de 150 soldados da companhia de engenharia do Exército embarcou ontem (9) para o Haiti. Eles vão ajudar na recuperação de estradas, pontes, pistas de pouso, escolas, hospitais e na perfuração de postos artesianos e tratamento de água. Em agosto do ano passado, Lula visitou o Haiti e assistiu ao amistoso, chamado de jogo da paz, entre as seleções de futebol do Brasil e do Haiti.