Petrobras cometeu erro estratégico ao depender de gás da Bolívia, avalia diretor

10/06/2005 - 10h37

Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio - O diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, Guilherme Estrella considera que foi equivocada a decisão de construir um gasoduto no Brasil dependente da produção de gás de outro país. "Estamos hoje tratando de uma situação decorrente de uma decisão que foi tomada décadas atrás: (ter) um bem estratégico (o gás) produzido no exterior. Isso é um erro estratégico. Uma decisão estrategicamente errada."

O diretor fez a avaliação ao ser questionado sobre a crítica que o secretário estadual de Energia, Petróleo e Indústria Naval do Rio de Janeiro, Wagner Victer de que a Petrobras estaria demorando muito para tomar providências diante da crise da Bolívia que já era anunciada desde o ano passado e que pode, segundo ele, comprometer o abastecimento de gás no Brasil.

Guilherme Estrella ponderou que os problemas da Bolívia são políticos e internos e se deve preservar a soberania do povo daquele país, mas garantiu que a Petrobras tem um plano em que foram analisados vários cenários econômicos e informou que a empresa está em condições de responder a qualquer necessidade que se apresentar. "A empresa está preparada para fazer o possível para atenuar qualquer tipo de situação que venha ocorrer, para que os impactos sejam os menores possíveis."

Estrella afirmou que a produção de gás no Brasil está em crescimento. Este ano haverá a entrada de 2,5 milhões de metros cúbicos de Peroá-Cangoá no Espírito Santo e o projeto para no ano que vem é entrar com mais 5,5 milhões de metros cúbicos. Também no ano que vem, segundo o diretor entra Golfinho, no Espírito Santo, que antecipou a produção também e vai gerar 2,5 milhões de metros cúbicos.