Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – "A América Latina e o Caribe reproduzem na dimensão digital a sua situação econômico-social. Desse modo, uma grande preocupação é assegurar que os avanços tecnológicos na Sociedade da Informação não acentuem ainda mais essas diferenças", diz a secretária da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal), Marta Maurás.

Segundo ela, a região apresenta um avanço importante em termos de conectividade, mas ao mesmo tempo mostra grandes desigualdades. "Penso que esse é o eixo central de toda a preocupação."

Outra preocupação refere-se às populações mais afastadas dos centros urbanos onde existe infra-estrutura, entre as quais as áreas rurais, além das populações indígenas e afro-americanas.

Maurás afirma que a América Latina e o Caribe constituem a única região do mundo onde estão se realizando esse tipo de reuniões preparatórias à Cúpula Mundial, com metas concretas a serem atingidas em um prazo muito curto. A intenção da declaração política é estabelecer os acordos mínimos sobre alguns princípios fundamentais e temas prioritários.

Ela esclareceu que marcos regulatórios são necessários para que os avanços se produzam com infra-estrutura e investimentos, do mesmo modo que diz respeito a políticas públicas vinculadas também ao aproveitamento das tecnologias no setor educacional e de saúde. Nesse particular, chamou a atenção para o fato de que o setor de saúde é um dos mais atrasados em termos da utilização da tecnologia para seu trabalho.

A Conferência Ministerial Regional da América Latina e Caribe, preparatória da 2ª etapa da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, terminou apresentando uma declaração política, cuja grande contribuição é tentar transformar conceitos em ações públicas até 2007. Esse "é um marco para um plano de ação específico", diz Maurás.