Nacionalização do gás na Bolívia não seria problema, defende Dilma

10/06/2005 - 19h24

Elisângela Cordeiro
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – "Se o governo boliviano optar pela a nacionalização, o que nós podemos fazer é definir a nossa estratégia em relação ao futuro", afirmou hoje (10) Dilma Roussef, ministra das Minas e Energia, após conversa com membros da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. "A Petrobrás fica na Bolívia até ter condições jurídicas para ficar. A nacionalização em nenhum momento parece ser uma expulsão das empresas", disse.

Manifestantes bolivianos, que cobram a nacionalização do gás, bloqueiam estradas e prejudicam a produção do combustível e do transporte do insumo pelo Gasoduto Brasil-Bolívia. Para Dilma Rousseff, a nacionalização do gás não impediria o abastecimento de gás no Brasil.

O ministério divulgou, ontem, uma nota oficial assegurando abastecimento de gás natural canalizado e de gás de botijão aos consumidores residenciais. O Brasil importa da Bolívia, 24 milhões de metros cúbicos por dia, metade do gás que consome. Boa parte do produto é destinado à indústria. Só no Estado de São Paulo, duas mil indústrias consomem quase nove milhões de metros cúbicos do insumo diariamente. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que a entidade está atenta às medidas que podem ser tomadas, mas que o momento é imprevisível e qualquer antecipação do setor pode significar uma alarme desnecessário.