Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A greve dos servidores públicos federais já atinge todos os estados brasileiros. É o que garante o diretor executivo da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo. O último balanço feito pela entidade indica que funcionários de 65% dos órgãos públicos do país aderiram ao movimento. Isso significa mais de 30 entidades federais paralisadas.

"É uma das greves mais representativas dos últimos dez anos. Ela só está aquém da paralisação feita em 1993", pontua Ronaldo.

A adesão ao movimento resulta, segundo o diretor, de anos de insatisfação acumulada. "Muitas promessas foram feitas ao longo de dez anos. Além disso, a sociedade enxerga os trabalhadores do serviço público como vilões da história. Nós cansamos. Exigimos agora o cumprimento do que foi prometido há anos", explica.

Sérgio ressalta, contudo, que a participação na greve ainda é pequena em alguns estados. "No norte – como no Acre, Amazonas e Roraima – a paralisação é menos intensa. Mas a greve há também lá", assegura.

O diretor da confederação conta que o retorno dos servidores ao trabalho depende exclusivamente do governo. No entanto, ele argumenta que as propostas de reajuste salarial apresentadas pela administração pública até agora não atendem às exigências do grupo. "Alguns setores receberam propostas de reajuste para o próximo ano. Só voltamos ao trabalho se o aumento for concedido ainda este ano", revela.

Os servidores públicos federais estão em greve desde o dia 02 deste mês. A categoria reivindica reajuste salarial de 18%, referente a perdas salariais entre janeiro de 1995 a dezembro de 2004. Os trabalhadores também querem paridade entre ativos, aposentados e pensionistas.