Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Controle e da Transparência, Waldir Pires, da Controladoria-Geral da União (CGU), acredita que as supostas fraudes na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tenham sido iniciadas em governos anteriores ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Esses fatos são todos muito anteriores", afirmou Waldir Pires, em entrevista à Radiobrás.
A partir das denúncias de que o ex-diretor do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, estaria envolvido em um suposto esquema de propina na estatal para o favorecimento de empresas em licitações, a CGU criou uma auditoria especial para analisar 600 contratos e 400 processos de licitação em vigência em 2003. Mas vários deles já haviam sido assinados em 2001.
"Esses assuntos todos são velhos. O presidente da República quando tomou conhecimento das denúncias determinou a demissão do diretor (Maurício Marinho) dos Correios, foi instaurado o inquérito criminal na Polícia Federal e estamos fazendo uma auditoria especial". Nesta semana, o grupo ganhou um reforço de 20 auditores: passando de 8 para 28.
"Nós estamos procedendo a auditoria rigorosa em todos os setores dos Correios vinculados aos contratos e em todos os departamentos que tenham interesse nisso", disse Waldir Pires. A auditoria da CGU tem 60 dias, a partir do dia 20 de maio, para concluir seus trabalhos. O ministro não quis adiantar o resultado da análise. "Muitas vezes, se a gente noticia uma coisa previamente, você faz uma advertência para meia dúzia de bandidos".
Maurício Marinho já foi indiciado pela Polícia Federal por crime de corrupção passiva e fraude em licitação. A pena para o crime de corrupção é de um a oito anos de prisão e para o de licitação fraudulenta, de dois a quatro anos. O ex-diretor dos Correios deve ser ouvido novamente pela PF na próxima semana.