Danielle Coimbra
Da Agência Brasil
Brasília - As famílias do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) desocuparam hoje (03) a sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Brasília depois de entrarem em um acordo com a empresa belga Tractebel Suez, responsável pela construção da barragem de Cana Brava, com Furnas e o grupo VBC (Votorantim, Bradesco e Camargo Correa), responsáveis pela barragem de Serra da Mesa (GO), com o BID e com o governo federal.
Será criado um Fundo Social de Desenvolvimento Regional para reparação das famílias de Cana Brava, por meio do qual o BID, a Tractebel e o governo federal entrarão com dinheiro para pagar as indenizações. "Esse dinheiro vai servir para solucionar os demais problemas que a Tractebel não solucionou sozinha", disse o dirigente do MAB, Marco Antônio Trierveiler.
Está marcada para a próxima quarta-feira (8) uma reunião em Brasília entre o BID, o MAB, a Tractebel e o Ministério de Minas e Energia. O presidente da Tractebel Energia, Manoel Zaroni Torres, confirma o encontro, que irá tratar do fundo social. Marco Antônio Trierveiler pediu às famílias de Serra da Mesa que ajudem a reforçar o acampamento formado no município de Minaçu (GO), onde se encontra a usina de Cana Brava. Os atingidos aguardam que a empresa os receba para tratar de suas reivindicações. "Vamos continuar pressionando a Tractebel na quarta para que o BID coloque mais dinheiro para solucionarmos todos os problemas", disse.
Já no caso de Serra da Mesa, Furnas e o grupo VBC assumiram a responsabilidade de corrigir os erros que teria havido no município, segundo Trierveiler. "Todas as famílias que não foram indenizadas ou que inocentemente assinaram que receberam o dinheiro serão revistas para que possam receber esse dinheiro ou optar por uma terra", disse. De acordo com ele, foi acordado ainda que, enquanto não for solucionado o problema, Furnas irá repassar todos os meses uma cesta básica e um crédito de R$ 300 para as famílias se manterem.
Cerca de 350 integrantes do MAB estavam acampados desde o dia 31 de maio na sede do BID exigindo da Tractebel o pagamento da dívida social com os atingidos pela barragem de Cana Brava. Eles cobravam a indenização das famílias e a reparação das perdas sociais, econômicas e culturais em virtude da construção da barragem.
