Oposição acusa governo de liberar verba para abafar CPI, aliados negam

03/06/2005 - 20h50

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Em nota oficial divulgada hoje, o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Alberto Goldman (SP), acusou o governo de liberar emendas orçamentárias para abafar a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre corrupção nos Correios. "A revelação de que o governo pretende liberar recursos do Orçamento para convencer parlamentares a abortar a CPI dos Correios (...) equivale à confirmação de que a condenável prática do toma lá da cá institucionalizou-se na política brasileira sob a gestão Lula", afirmou

Goldman para acrescentar que "a administração petista usa os recursos públicos como moeda de troca política". O líder do governo Arlindo Chnaglia (PT-SP) reagiu aos ataques dos tucanos e afirmou que o governo não está usando a liberação de emendas para pressionar os deputados a rejeitar a CPMI. Segundo ele, a liberação de emendas faz parte da lei orçamentária. Chinaglia disse que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, prometeu aos líderes aliados que vai se empenhar para liberar os recursos das emendas parlamentares. O líder admitiu que há uma reclamação constante e continuada da base pela não liberação das emendas. Segundo ele, isso tem trazido turbulência na base aliada.

A liderança do PT na Câmara distribuiu hoje aos parlamentares da bancada um documento alertando que a CPMI dos correios é um palanque armado pela oposição. "Quando propõe uma CPI para investigar a corrupção nos Correios, a oposição não está interessada em apurar fatos, mesmo porque estes fatos já estão sendo apurados pela Polícia Federal. Seu objetivo é criar um palanque e antecipar o debate eleitoral", afirma o documento intitulado "As razões para não assinar a CPI dos Correios".

A liderança do PT apresenta no documento um balanço das operações realizadas pela PF contra a corrupção no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também faz uma comparação entre as investigações no governo passado e no atual.