Luthianna Hollenbach
Da Agência Brasil

Brasília - A socidade precisa ser escutada antes do governo adotar um regulamento obrigatório, defende o diretor geral da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Cláudio Maierovitch. A Anvisa realiza hoje (3) uma audiência pública para discutir regras para o reprocessamento de artigos médico-hospitalares. A intenção da agência é definir quais materiais podem ou não ser reprocessados com segurança e quais são os procedimentos que terão que ser adotados para garantir confiança nesse reprocessamento. A audiência se estenderá até as 17h e é aberta à participação da população.

Maierovitch diz que atualmente existe uma grande quantidade de serviços de saúde que esterilizam produtos já utilizados anteriormente sem que isso signifique um risco á saúde das pessoas, mas que há casos em essa possibilidade existe. "Há riscos principalmente quando não há protocolos claros, manuais que dizem quais materiais podem ou não podem ser reprocessados e qual é a forma adequada para esse reprocessamento, por isso precisamos discutir a respeito disso."

Segundo ele, hoje há uma situação muito desconfortável para o serviço de saúde,
porque as indústrias não garantem a qualidade do produto reprocessado. "Então aos serviços, resta a possibilidade ou de assumir a responsabilidade integral pelo reprocessamento ou de arcar com o custo da compra de produtos novos para cada utilização".

A médica gerente da área de Controle de Infecções em Serviços de Saúde, Adélia Santos, diz que como o benefício desse reprocessamento será geral, "essa decisão (da regulamentação) deve ser tomada de forma compartilhada com a sociedade."