Servidores do INSS em greve querem contratação de pessoal e modernização das condições de trabalho

03/06/2005 - 11h08

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Além de questões relativas a reajuste salarial, a pauta de reivindicações dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que estão em greve por tempo indeterminado inclui o aumento do quadro de pessoal nas agências de atendimento e a modernização do sistema de informática usado pelos funcionários. O diretor da Secretaria de Organização da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), Sandro Alex de Oliveira César, reconhece que a greve traz problemas ao público, mas ressalta que um dos objetivos da paralisação é buscar formas de melhorar o atendimento.

Segundo César, muitas vezes, o fato de uma agência do INSS estar aberta não quer dizer que o atendimento ao público esteja sendo feito de maneira adequada, já que faltam condições de trabalho para os servidores. "Às vezes o funcionário está atendendo alguém e dá um problema no programa, daí o cidadão sai da agência como entrou, insatisfeito e sem o atendimento, devido à falha operacional do sistema".

Para o diretor da Fenasps, o governo "não tem flexibilidade para atender algumas reivindicações que não teriam impacto imediato no Orçamento", entre as quais a incorporação das gratificações de atividades executivas ao salário, a regulamentação da jornada de 30 horas semanais e a unificação da nomenclatura dos cargos.

Entre as reivindicações dos trabalhadores, estão uma nova tabela salarial a partir da incorporação da integralidade do Plano de Cargos e Salários, a incorporação de todas as gratificações ao salário e a complementação do salário-mínimo. Eles também querem que o piso salarial seja o valor do salário mínimo calculado pelo Departamento Intersindical de Economia e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) - em torno de R$ 1.500,00 - e que a diferença de remuneração entre as carreiras seja de 5%.

Ontem, sindicalistas representantes dos servidores em greve se reuniram com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para negociar as reivindicações, mas não houve acordo para pôr fim à greve. Após a reunião, o ministro disse que o diálogo com os trabalhadores terá continuidade, dentro dos limites orçamentários. "Só vai ser feita negociação se tiver dinheiro, evidentemente".