Rio: crise da Saúde atinge tratamento de pacientes psiquiátricos, diz vice-presidente da Aperj

03/06/2005 - 14h05

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio - A crise da saúde no estado do Rio de Janeiro está atingindo o tratamento de pacientes psiquiátricos. A denúncia é do vice-presidente da Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro (Aperj), Talvane de Moraes. "Esses são os doentes mais atingidos por essa deficiência da saúde pública, porque como necessitam de tratamento contínuo e têm uma doença que retira a capacidade de raciocínio e juízo, são os mais ofendidos por essa dificuldade."

Talvane explicou que sem medicação adequada, há casos de pacientes que acabam perambulando pelas ruas e se tornam vítimas de violência, tanto por parte da polícia como do restante da população. "Essas pessoas são vitimadas duplamente. Não recebem tratamento adequado, mas mais do que isso, ficam expostas ao achincalhe público, à agressividade das outras pessoas e à própria violência do sistema repressor da polícia."

O vice-presidente da Aperj disse que a dificuldade no tratamento se verifica nas três esferas de governo: União, estado e município. Ele destacou que o Sistema Único de Saúde (SUS), embora seja um "programa magnífico em termos de saúde pública", por ser capilarizado e se estender até o município, na prática não faz o atendimento necessário, porque os recursos se perdem no meio do caminho. É dever do Estado fornecer medicamento a essas pessoas", afirmou.

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