Investimentos em rodovias nos últimos 12 anos foram ''tapa-buraco'', diz ministro dos Transportes

03/06/2005 - 10h17

Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Os investimentos feitos nos últimos 12 anos nas rodovias brasileiras foram apenas manutenção, "tapa-buraco", disse, nesta capital, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. "Uma rodovia tem uma idade média de 12 anos. As nossas têm entre 40 e 50 anos e não receberam o tratamento que deveriam receber", disse.

Segundo Nascimento, no ano passado foram restaurados aproximadamente 5 mil quilômetros de rodovias, "o que é muito pouco para quem tem 58 mil". Para este ano, a expectativa do governo, com os recursos que tem, é restaurar mais 14 mil quilômetros de rodovias federais. "Mas restaurar, no sentido de refazer a via, porque, com o passar do tempo, essas rodovias vão se estragando na sua base, sub-base e você tem que fazer de novo praticamente".

O ministro participou ontem (2) do encerramento do II Seminário de Logística, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) durante a feira Intermodal South América.

Nascimento citou as condições das rodovias brasileiras para explicar o conceito do governo de investimentos em infra-estrutura. Ele reconheceu que, apesar de "verdadeiros", os investimentos são insuficientes, porque é preciso recuperar bastante tempo. "(os investimentos) São insuficientes porque para você trabalhar com infra-estrutura, precisa de tempo. Você não consegue recuperar o que deixaram de fazer em 15 anos em um ano, não tem jeito", disse.

O ministro destacou que os problemas de infra-estrutura afetam a economia do país como um todo, porque encarecem os produtos brasileiros. Segundo ele, esta é uma avaliação de todo o governo. Nascimento ressaltou que o governo entende bem o problema e prioriza a solução. "Se você não tivesse os ‘gargalos’ que existem hoje na nossa infra-estrutura, certamente o custo dos nossos produtos era muito mais barato lá fora. O custo do transporte é muito significativo quando a gente não oferece boas condições de logística", explicou.

"A prioridade de investimento em infra-estrutura não é só a visão do ministro dos Transportes, é a visão da área econômica do governo, do próprio presidente da República, que trata disso quase que diariamente comigo", afirmou.