Brasília, 3/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou hoje (3) que nomeou o ex-diretor de Florestas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Antonio Carlos Hummel para o cargo porque ele fazia parte do quadro de funcionários efetivos do órgão.

"Muitas vezes, vejo parlamentares de oposição criticando quando não se aproveita funcionário de carreira. Os próprios servidores ficam tristes quando não são aproveitados. Então, isso representa o esforço de aproveitar pessoas da própria carreira", disse a ministra.

Hummel é acusado integrar uma quadrilha que extraía madeira ilegalmente no Mato Grosso há 14 anos. Ontem (2), ele se entregou à polícia em Brasília. De lá, foi levado para Cuiabá, onde deverá depor. A ação que desmontou a quadrilha foi batizada de Operação Curupira.

A Polícia Federal monitorou a quadrilha por 20 meses. Assim, segundo a ministra, foi possível obter provas concretas das irregularidades. "Estávamos nesta operação há 20 meses. O governo agiu previdentemente e soube conduzir as ações de forma sigilosa", ressaltou a ministra.

Segundo Marina Silva, essas práticas secretas vão virar rotina em todo o país. Ela informou que um convênio permanente entre o ministério, a Polícia Federal e o Ministério Público, anunciado ontem (2), vai apurar denúncias de desmatamento ilegal em todo o Brasil. O acordo recebeu o nome de Operação Arribação.

A ministra disse que essa é a principal medida para evitar que problemas como o de Mato Grosso voltem a ocorrer. "Vamos investigar em qualquer lugar, doa a quem doer. Estaremos atentos nos 27 estados da federação", afirmou.