Especialista defende criação de novos Centros de Assistência Psiquiátrica Social no interior do país

03/06/2005 - 15h42

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio – O vice-presidente da Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro (Aperj), Talvane de Moraes, defendeu a criação de novos Centros de Assistência Psiquiátrica Social, conforme determina da lei da Reforma Psiquiátrica aprovada em 2001- projeto do deputado Paulo Delgado (PT/MG). Durante palestra na hoje (3) na XIV Jornada de Psiquiatria da Aperj, ele explicou que no Estado do Rio de Janeiro os centros já instalados se concentram principalmente na capital, quando há insuficiência no de atendimento no interior.

Segundo o vice-presidente, nessas cidades, em geral há muita desinformação sobre o tratamento psiquiátrico. "Há casos de doentes mentais que foram encontrados acorrentados no porão da casa, porque os parentes não tinham como tratá-los. A solução leiga que essas pessoas têm é amarrar esse doente, o que é profundamente lamentável e condenável. Cada bairro, cada município tem que ter Centros de Atendimento Psico-social."

Talvane de Moraes disse que o atendimento nesses Centros complementa o tratamento específico que o paciente psiquiátrico precisa ter. "É uma equipe na qual estão inseridos o psicólogo, o serviço de assistência social e o psiquiatra. Então o doente tem um tratamento multidisciplinar", explicou.

Além disso, o vice-presidente da Aperj defende a divulgação de Campanhas de Conscientização para que as famílias e as pessoas que tenham doentes mentais entre os seus amigos e conhecidos abandonem a discriminação."As pessoas às vezes vêem no doente mental um criminoso em potencial, um indivíduo que não produz, não trabalha. É preciso acabar com esse preconceito."

Ele destacou ainda a necessidade de garantir recursos para a compra de medicamentos que teriam distribuição gratuita aos pacientes em tratamento.