Divulgação de casos de corrupção prova que governo está investigando mais esses crimes, diz ministro

03/06/2005 - 12h43

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os casos de corrupção no Brasil noticiados recentemente comprovam que o governo Luiz Inácio Lula da Silva está investigando mais esses crimes. A afirmação foi feita pelo ministro do Controle e da Transparência, Waldir Pires, da Controladoria-Geral da União (CGU) em entrevista à Radiobrás.

"Quando um país decide combater a corrupção, como é o caso do Brasil, a população toma conhecimento de que ela existe. Quando você tem um país fechado, controlado por uma oligarquia ou uma ditadura, nada se diz, nada se faz, tudo é absolutamente escondido da população. A nossa política é de abrir completamente e de fazer um trabalho articulado com todos os órgãos capazes de somar suas competências para trabalhar contra a corrupção".

O ministro informou que o país sediará o 4º Fórum Global de Combate à Corrupção. O encontro, que ocorrerá entre os dias 7 e 10 de junho em Brasília, vai reunir representantes de 100 países e será organizado pela Controladoria-Geral da União. "Esse Fórum Global é resultante de uma política do mundo para lutar contra a corrupção, contra a lavagem de dinheiro. Enfim, contra os crimes que impedem que o dinheiro arrecadado pelos povos signifique aplicação decente em benefício da população", afirmou.

Waldir Pires lembrou que a corrupção não ocorre apenas em países em desenvolvimento. "A corrupção é uma fonte de recursos como é o tráfico de drogas, o tráfico de armas e o de seres humanos. O dinheiro desses crimes é lavado e, então, tem uma participação grande das nações mais importantes, mais ricas. É uma batalha comum", disse.

Sobre a auditoria especial criada para analisar os contratos e processos de licitação na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), o ministro afirmou que se a CGU tivesse um número maior de auditores, mais documentos poderiam ser analisados.

"Vamos melhorar nossas condições de recursos humanos. Não se pode chegar por aí fazendo licitação para que empresas mandem auditores. É preciso ter gente concursada: jovens que investiram em si mesmos e ganharam concursos, não devem a indicação a pistolão nenhum, para que eles se transformem nesse corpo de servidores a serviço dos interesses do povo brasileiro", disse Waldir Pires.

O ministro foi além nas críticas à terceirização. "Houve um desmonte dos corpos funcionais do Estado brasileiro. Houve uma redução, uma idéia maluca de terceirização em setores completamente fundamentais em diversos casos da administração pública básica", destacou.