Defensores públicos do Rio decidem hoje se entram em greve por melhores salários

03/06/2005 - 12h38

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - Nove mil pessoas que precisam de assistência jurídica gratuita podem ficar sem atendimento por causa da greve dos Defensores Públicos, que pode ser decidida em assembléia na tarde de hoje (3). Os defensores públicos do Rio de Janeiro querem um reajuste de 62,51% nos salários, além de melhores condições de trabalho. Com aumento, os vencimentos sobem de aproximadamente R$ 6 mil para R$10 mil, o mesmo valor pago aos promotores e juízes estaduais.

De acordo com o presidente da Associação dos Defensores Públicos, Pedro Paulo Carrielo, a negociação para equiparar os salários começou em 1998, quando Antonhy Garotinho era candidato a governador e se comprometeu durante a campanha a atender o pedido. Segundo Carrielo, há dois anos a categoria intensificou as conversas, dessa vez com a governadora Rosinha Matheus, mas não houve avanço.

Em agosto do ano passado eles fizeram uma paralisação de 48 horas, seguida de outra, em outubro, que durou uma semana. Em dezembro de 2004 representantes da Associação foram recebidos por Garotinho, que prometeu dar uma resposta à categoria em março deste ano, o que até o momento não ocorreu. "Além de descumprir um acordo firmado por escrito em 98, ele descumpriu um compromisso oral, de dezembro do ano passado" frisou Pedro Paulo.

Na última assembléia, no dia 15 de abril, os defensores púbicos deram um prazo até hoje para que o governo apresente uma resposta. Carrielo disse que 22 municípios do estado não têm defensores púbicos, por isso a categoria defende a abertura imediata de concurso público para preencher as mais de 50 vagas existentes. A defensoria pública é responsável por 80% dos processos judiciais no estado do Rio de Janeiro.