Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse esperar uma redução do desmatamento na Amazônia com a prisão da quadrilha que atuava há 14 anos e extraía madeira ilegalmente no Mato Grosso. "Assim, queremos fazer com que o desmatamento no Mato Grosso, um dos maiores – representando 48% do desmatamento da Amazônia –, possa efetivamente cair neste ano", afirmou Marina Silva.
O esquema contava com a participação de funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), empresários madeireiros e despachantes especializados na extração e transporte ilegal de madeira.
A Operação Curupira, realizada pela Polícia Federal e pelo Ibama, estima que a quadrilha tenha retirado ilegalmente quase 2 milhões de metros cúbicos de madeira, o equivalente a 76 mil caminhões carregados.
Segundo a ministra, esse era um dos maiores esquemas de corrupção envolvendo servidores públicos na Amazônia. "Esses servidores foram todos exonerados, afastados, estão sendo punidos, alguns presos", disse. A Operação Curupira prendeu 47 servidores do Ibama e também empresários e despachantes suspeitos de participarem da quadrilha. Ao todo, 124 mandados de prisão foram expedidos e cerca de 80 prisões já foram efetuadas.
Questionada sobre a repercussão internacional do crescimento do desmatamento e situações como a de ontem – quando se começou a desfazer a quadrilha formada por madeireiros e servidores públicos –, Marina Silva disse que a imagem do país deve melhorar conforme aparecerem resultados positivos. À medida que damos respostas, como fomos capazes de dar ontem, a opinião pública, tanto nacional quanto internacional, mudará sua opinião a respeito dos problemas que aqui acontecem", afirmou.
Colaborou Keite Camacho.