Brasília, 19/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - Mais de 560 mil brasileiras têm dificuldade para amamentar. E muitas recorrem aos bancos de leite humano, que somam 186 no país. Os números constam de levantamento anual feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). E devem aumentar até dezembro, quando segundo João Aprígio, coordenador do banco de leite humano da Fiocruz, o Ministério da Saúde já terá criado mais dez centros.

"Teremos uma expansão quantitativa para alcançar mais qualidade no serviço", sintetiza Aprígio, acrescentando que quatro dos novos bancos ficarão na região Norte, "onde há a maior carência de informação e de estrutura, por uma questão histórica e cultural".

A cultura também explica, segundo o coordenador, a pequena quantidade de doações. Anualmente, 58 mil mulheres doam leite, o que representa mais de 83 mil litros. No entanto, a quantidade é o suficiente para alimentar apenas 100 mil recém-nascidos. Ou seja, atende somente a um quinto dos bebês que não têm acesso ao leite materno.

"Precisamos firmar uma política com o povo brasileiro. Discutir orientação ao aleitamento de forma mais precoce e garantir o acesso dos prematuros, que têm dificuldade para sugar, aos bancos de leite", afirma a diretora do departamento de Programação Estratégica do ministério da Saúde, Tereza Campos.

João Aprígio e Tereza Campos participaram hoje do II Congresso Internacional de Bancos de Leite Humano, que se realiza em Brasília até sábado (21). Cerca de 3 mil pessoas estão inscritas no encontro, entre médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais e representantes de organizações não-governamentais.