Inspetor acusado de envolvimento na chacina da Baixada Fluminense nega pretensões políticas

19/05/2005 - 20h25

Rio, 19/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - O inspetor-geral da Polícia Militar, coronel João Carlos Ferreira, negou hoje, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que tenha qualquer pretensão política: "Achei que me conhecessem o bastante para saber que isso não faz o menor sentido", disse.

O oficial, que é corregedor-geral da PM, rebateu as suspeitas levantadas pelo deputado Paulo Ramos (PDT), de que a chacina de 29 pessoas na Baixada Fluminense, no dia 31 de março, teria sido motivada por uma disputa política entre o inspetor-geral e o ex-comandante de Policiamento da Baixada, coronel Francisco D’Ambrósio. Segundo Paulo Ramos, os dois militares teriam pretensões de concorrer nas eleições do ano que vem.

O deputado Geraldo Moreira (PSB), presidente da Comissão, disse que só depois de ouvir o coronel D’Ambrósio poderá tirar conclusões sobre essas hipóteses. O coronel seria ouvido hoje, mas disse que não compareceria à audiência e enviaria amanhã (20) a justificativa. "Precisamos ouvir o D’Ambrósio, assim como o presidente do inquérito, delegado Rômulo Vieira, da Delegacia de Homicídios da Baixada, e o coronel Paulo César Lopes, comandante do batalhão da Polícia Militar de Duque de Caxias.

Geraldo Moreira disse que se as investigações não chegarem aos "mandantes do crime", a comissão pedirá a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o caso: "É preciso chegar ao esclarecimento total. É necessário apontar os autores intelectuais do crime, quem se beneficiou com a morte dessas pessoas".