Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os movimentos sociais que lutam por mais moradias e infra-estrutura urbana vão realizar uma marcha em agosto para sensibilizar o governo para as questões que afligem milhares de pessoas sem moradia ou que moram em condições precárias. Eles vão pedir uma política de habitação que direcione mais recursos para moradias destinadas à população de baixa renda, as chamadas moradias de interesse social, uma política de saneamento, uma política de mobilidade urbana e uma política de regularização fundiária nas cidades.
Segundo Benedito Roberto Barbosa, da coordenação nacional da Central de Movimentos Populares, cerca de 700 pessoas vão sair a pé da cidade satélite de Samambaia, a 30 quilômetros de Brasília, no dia 12 de agosto. Neste mesmo dia, os movimentos farão um acampamento em Goiânia para lembrar a morte de dois sem-teto no confronto com policiais que despejaram famílias do Parque Oeste Industrial no mês passado.
A marcha pelas políticas por mais e melhores moradias, além de acesso a um transporte público mais barato e a segurança na posse, vai terminar com um acampamento na Esplanada dos Ministérios, em frente ao Ministério das Cidades. Nos dias 16, 17 e 18 de agosto, os manifestantes vão usar o gramado da área mais nobre de Brasília como moradia provisória.
"Há pessoas que correm o risco de despejo, outras que não conseguem nem concorrer a um emprego porque não têm o dinheiro da passagem de ônibus. Tem gente sem cidadania porque não tem condições de comprovar seu endereço e, com isso, concorrer a um crédito", lamenta Barbosa, para quem a marcha poderá ser também o momento de ver promulgado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva o projeto que cria o Fundo Nacional de Habitação.
O fundo é uma iniciativa popular, entregue ao Congresso pelos movimentos sociais em 1991. O projeto foi aprovado na semana passada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal e, agora, vai a plenário. O objetivo é destinar recursos para subsidiar a construção e a recuperação de moradias para população com renda de até três salários mínimos.