Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O programa de bibliotecas rurais Arca das Letras, desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), será implementado no Timor Leste. O objetivo é incentivar as ações de consolidação da língua portuguesa entre os timorenses. Neste domingo (15), três bibliotecas estão sendo enviadas ao país em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), que irão trazer de volta soldados brasileiros da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).

A escolha dos livros levou em consideração as necessidades da população de Timor Leste, onde o analfabetismo atinge mais de 50% da população adulta, de acordo com a ONU. Apesar de ter sido colonizado por Portugal, apenas 15% dos timorenses falam português. O país convive com uma diversidade lingüística grande, são falados o bahasa indonésio, o tetum e mais 35 dialetos.

Ao todo, as três bibliotecas têm 832 títulos, entre exemplares de literatura brasileira para crianças, jovens e adultos e publicações nas áreas de saúde, cidadania, educação e agricultura. As arcas usadas para armazenar os livros são fabricadas por presos brasileiros. As que estão sendo enviadas para Timor Leste foram feitas na Penitenciária de Petrolina (PE).

A doação das Arcas é uma parceria do MDA com a embaixada do Brasil em Dili, capital de Timor Leste, com o apoio da FAB e dos Ministérios da Educação e da Cultura. Além da doação das bibliotecas, a parceria inclui também a identificação e capacitação de agentes de leitura, que se tornarão multiplicadores do projeto.

As três arcas terão destinos diferentes. Uma ficará exposta temporariamente na Embaixada do Brasil e as restantes irão para o Ministério da Educação do Timor e para a Escola de Formação Duque de Caxias, construída pelos soldados da missão brasileira.

No Brasil, as bibliotecas rurais já foram implantadas em 607 comunidades de 12 estados brasileiros, beneficiando mais de 51 mil famílias com a distribuição de 146 mil livros. O projeto integra ações dos ministérios da Justiça, da Educação e da Cultura, além do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Projeto Dom Helder Câmara (PDHC), Banco do Brasil/Fome Zero e Banco do Nordeste/BNB.

Com informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário.