Nos bastidores da Cúpula, debates sobre democracia e Palestina

10/05/2005 - 21h58

Brasília, 10/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - As expectativas de a que Cúpula América do Sul – Países Árabes se restringiria a temas econômicos não se cumpriram. Chefes de Estados e de governo fizeram questão de incluir a agenda política na declaração final do encontro. As posições que não serão abertamente defendidas no documento são aos poucos apresentadas em entrevistas nos corredores e no saguão do hotel em que se realiza o encontro..

O ministro das Relações Exteriores do Kuaite, Xeque Mohammed Al-Sabah, por exemplo, pede a imediata desocupação da Palestina. "Como podemos tratar aqui de comércio com um país árabe ocupado? A questão da Palestina precisa ser resolvida e isso deve estar no centro das discussões", defende.

O impasse entre palestinos e israelenses deixa muitos países da América do Sul em situação delicada, uma vez que a região possui boas relações diplomáticas com Israel. Mas também existem questões que ao serem tratadas pelos sul-americanos trazem desconforto para os países árabes. Entre elas, algumas formas de governo adotadas no Oriente Médio.

Ao fazer um balanço da Cúpula, o presidente do Peru, Alejandro Toledo, disse que o encontro não só trouxe avanços comerciais, como permitiu que os sul-americanos defendessem o "fortalecimento de instituições democráticas" em todo o mundo. "Queremos que o Oriente Médio encontre o caminho para a paz. E se essa parte do mundo puder fazer algo por isso, faremos com espírito construtivo", sugeriu Toledo, que contabilizou como saldo positivo da Cúpula o agendamento de visitas à Palestina, ao Líbano e à Jordânia nos próximos meses.