Industriais argentinos pedem a Palocci correção das "assimetrias"

10/05/2005 - 22h07

Brasília, 10/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente eleito da União Industrial Argentina (UIA), Héctor Méndez, pediu hoje ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que as "assimetrias" entre o Brasil e a Argentina fossem "corrigidas". De acordo com ele, os principais desequilíbrios estão nos setores têxtil, de calçados e de eletroeletrônicos.

"Não é possível imaginar uma aliança, uma sociedade onde um dos sócios tenha que sacrificar algo para que outro cresça. Temos que dar as mãos. Deveremos corrigir [as assimetrias], porque teremos um destino comum. Junto teremos mais possibilidade de sobreviver", afirmou.

No encontro com Palocci, Méndez voltou a sustentar que um instrumento de proteção às indústrias argentinas deve ser criado e criticou as atuais diretrizes do Mercosul. "Esse Mercosul que está aí não nos serve. Eu não sei se salvaguardas são ou não adequadas. O que eu sei é que tem de haver algum instrumento, algum mecanismo de proteção", disse o industrial argentino.

Méndez disse ainda que considera o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, "mais duro" nas negociações e que os demais membros do governo, como Palocci, são mais sensíveis e têm mais disposição de "sentar para conversar".

O embaixador da Argentina no Brasil, Juan Pablo Lohlé, informou hoje que Palocci e o ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, deverão se reunir ainda este mês para dar continuidade às conversas.