Presidente da CNI quer maior diálogo entre Brasil e Argentina

10/05/2005 - 20h22

Gabriela Guerreiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - A defesa de mudanças nas regras comerciais do Mercosul feita pela União da Indústria Argentina (UIA) não abalou a disposição dos empresários brasileiros em continuar atuando para garantir o crescimento da indústria nacional no bloco econômico.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro, foi enfático ao defender a indústria nacional e um maior diálogo entre o Brasil e Argentina. "As reclamações são compreensíveis, já que esse desequilíbrio no processo de concorrência cria dificuldades. Temos que construir uma agenda em comum. Nada será resolvido com choro e lamentação", ressaltou.

Já o presidente da UIA, Héctor Méndez, admitiu que a indústria Argentina sofreu um retrocesso nos últimos anos em conseqüência de "políticas equivocadas", mas reiterou que o Brasil não deve tirar proveito da retração do setor argentino. "O Brasil hoje deve acompanhar a Argentina, não deve tirar vantagem das situações irregulares. Tem que conservar sobre o que tem, e não avançar sobre as empresas argentinas", ressaltou.

Armando Monteiro reconheceu que os setores industriais argentino e brasileiro sempre foram parceiros, mas que nos últimos anos houve divergências que estão sendo solucionadas. "Quando o setor empresarial dialoga de forma cooperativa evita que essas tensões naturais não terminem produzindo ruídos do ponto de vista político. Temos o desafio de reativar a relação do Brasil com a Argentina", afirmou.