Furlan vai levar empresários a Argentina para criar cooperação entre setores produtivos

10/05/2005 - 18h01

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, pretende ir a Buenos Aires, na Argentina, no próximo mês para se reunir com empresários daquele país. Ele diz que levará ao encontro empresários brasileiros, com o objetivo de buscar convergências entre os dois mercados. "Nós gastamos a maior parte do nosso tempo apagando incêndios, quando na verdade a nossa energia deveria estar motivada para projetos de interesse recíproco", afirmou hoje. Furlan também defendeu a atuação de órgãos públicos brasileiros no apoio ao desenvolvimento do setor produtivo argentino.

O ministro disse que teve ontem (09) uma conversa muito construtiva com os dirigentes da União Industrial Argentina. No encontro, segundo o ministro, foram discutidas propostas para a construção de uma agenda empresarial "positiva". "Por exemplo, que façamos em conjunto a apresentação das políticas prioritárias de cada país, seja no campo da industria, no campo do comércio exterior ou da tecnologia, para que possamos, cada um, conhecer quais são as prioridades do outro. A seguinte proposta é verificar quais são os setores que detêm a maior competitividade em cada país e a terceira, o inverso, setores menos competitivos em cada país e através dessa troca de experiências, principalmente engajando os setores empresariais do Brasil e da Argentina, procurar soluções de exemplos bem sucedidos lá e cá no sentido de desenvolver a produção", informou.

Segundo o ministro, com isso, será possível encontrar soluções para a integração dos parques produtivos dos dois países e o desenvolvimento de setores específicos. "Há muitos setores onde existe, talvez, falta de motivação para investimentos, inclusive investimentos conjuntos."

O ministro reiterou que a adoção de barreiras unilaterais é negativa para o Mercosul. "Nós não consideramos um sistema de salvaguardas unilaterais porque pode gerar uma quantidade extraordinária de medidas de proteção em todos os países, não só na Argentina, mas também no Brasil, no Paraguai e no Uruguai".

Furlan reconheceu as dificuldades de os governos atuarem nesse sentido: "Pressões há por todo lugar". Mas, ressaltou: "Isso seria praticamente o enterro do Mercosul. Não vamos por este caminho, mas estamos dispostos, como disse o presidente Lula, a encontrar caminhos de fazer parcerias, de promover investimentos, e acho que o Brasil fez nesses dois anos grandes progressos".

Como exemplo de atuação na promoção dos investimentos estrangeiros e do comércio exterior brasileiro, Furlan citou o caso da Apex ( Agência de Promoção de Exportações do Brasil) e do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), entre outros órgãos que atuam na capacitação de pequenas empresas para esse tipo de comércio e captação de investimentos. Para ele, essa experiência "pode ser transportada para a Argentina com a maior boa vontade".