Lupi Martins
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - Os arrozeiros e produtores rurais de Jaguarão, no Rio Grande do Sul, interromperam hoje (10) o bloqueio ao porto seco da fronteira com Rio Branco, no Uruguai. A decisão foi tomada após a reunião realizada ontem entre lideranças sindicais, parlamentares, produtores rurais e prefeitos da região. No encontro os produtores elaboraram uma carta de reivindicações a ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Também hoje foram feitos dois novos bloqueios em Santana do Livramento e Barra do Ribeiro. Cerca de 200 arrozeiros de Santana do Livramento e de outras 25 cidades da região bloquearam a saída do porto seco na Br-158, na fronteira com Rivera, no Uruguai, impedindo a entrada no território brasileiro de caminhões carregados com arroz e trigo.
Em Barra do Ribeiro, a 30 quilômetros de Porto Alegre, os arrozeiros fizeram manifestações durante a tarde na BR-116 e distribuíram cerca de três mil folhetos com os motivos dos protestos. Novas manifestações estão programadas para acontecer amanhã.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Jaguarão, Almiro Fiúma, na carta ao governo federal os produtores pedem a suspensão imediata da importação de arroz dos países do Mercosul. Além disso, eles propõem medidas para reverter a queda do preço do produto, com o estabelecimento de R$ 27,00 por saca na aquisição de 1,5 milhão de toneladas estocadas da última safra. Fiúma diz que "o contrato de opção privada não resolveu o problema, uma vez que as indústrias bancaram um ágio muito grande e o produtor recebendo R$ 22,00 ou R$ 23,00 não mudaria muita coisa. O contrato de opção pública tiraria um pouco desse arroz do mercado, o que seria de grande ajuda para o setor".
O presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Valter Pötter, afirma que a prioridade é garantir a comercialização da safra por um preço que remunere o custo da produção. Segundo ele, muitos produtores já colheram o arroz mas não há comprador.