Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Será muito difícil para o Amazônas conseguir cumprir a meta de vacinar 100% do rebanho do estado contra a febre aftosa. A afirmação é do secretário da Produção Agropecuária, Pesca e Desenvolvimento Rural Integrado (Sepror), José Maia. "Montamos uma logística para imunizar um milhão de animais, entre bois e búfalos. Mas sabemos que isso é praticamente impossível, porque nosso rebanho está muito espalhado, é criado solto no pasto, nas margens dos rios". Segundo ele, em 2004 o percentual de cobertura vacinal chegou a 86%".
A campanha de vacinação para erradicação da febre aftosa começou em 30 de abril último em todo o país e se estende por todo o mês de maio.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), apesar de o rebanho do Amazonas ter um tamanho inexpressivo na produção de carne total do país, sua vacinação ganhou uma importância maior depois que foi registrado um foco de febre aftosa no município de Careiro da Várzea, em 2004. Nesse ano, além do Amazonas, apenas no Pará, em Monte Alegre, também houve ocorrência da doença. O Brasil assinou um acordo internacional pelo qual se compromete a erradicar a febre aftosa até 2009.
O rebanho de Careiro da Várzea, próximo a Manaus, é de 75 mil cabeças de gado, entre bovinos e bubalinos. A ocorrência de febre aftosa foi identificada em setembro, na visita de rotina de um médico veterinário da Comissão Executiva de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Codesav), órgão da Sepror.
A comercialização do rebanho local foi proibida e um mês depois, apenas a venda de animais para abate foi liberada. Só no último dia 12 de abril a Sepror publicou uma resolução que autoriza novamente a livre comercialização tanto dos rebanhos quanto dos produtos e subprodutos originários da pecuária local, que responde por 80% da economia da cidade.