Marcha dos sem-terra mobiliza estrutura semelhante a uma ''cidade ambulante'', define coordenador

07/05/2005 - 14h23

Beatriz Pasqualino
Repórter da Rádio Nacional

Abadiânia (GO) - Uma verdadeira cidade ambulante. É assim que Roberto Baggio, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), define a Marcha Nacional pela Reforma Agrária, que, neste sábado (7), chegou ao sexto dia. Os cerca de 11 mil sem-terra consomem 22 toneladas de alimento a cada dia, divididas em 24 mil refeições. Para beber e tomar banho, são usados diariamente 250 mil litros de água.

Os números são uma amostra do tamanho da estrutura montada para a mobilização. Os sem-terra em marcha fazem uma fila de cinco quilômetros de extensão ao longo da rodovia BR-060, que liga Goiânia à capital do país. As três refeições diárias - café-da-manhã, almoço e jantar – são preparadas por 400 militantes, que acordam de ainda de madrugada para um dia inteiro de trabalho. Enquanto isso, os sem-terra se preparam para o início da caminhada diária.

Neste sábado, eles deixaram a cidade de Anapólis (GO) e percorreram mais 19 quilômetros a pé. No fim da manhã, acamparam em um terreno abandonado, às margens da BR-060, no município goiano de Abadiânia. A marcha já percorreu 97 quilômetros desde a última segunda-feira, quando partiu de Goiânia, e deve chegar a Brasília no dia 17.

A estrutura montada para a marcha conta ainda com 288 ônibus, 31 caminhões e 10 caminhões pipa. Seis ambulâncias estão à disposição dos sem-terra. Por dia, são realizados 40 atendimentos médicos, principalmente por pressão alta, torções e problemas de estômago.