São Paulo, 26/4/2005 (Agência Brasil - ABr) - O economista Guilherme Maia, da Tendências Consultoria, considera ambiciosas as metas estabelecidas para os próximos 10 anos pela Confederação Nacional da Indústria. O Mapa Estratégico da Indústria projeta para o período 2007-2015 "um potencial maior do que o esperado", segundo Maia.
O estudo prevê um crescimento médio do PIB (Produto Interno Bruto) de 5,5% ao ano até 2010 e de 7% entre 2010 e 2015. Em 2004, puxado pelas exportações, o índice foi de 5,2%. Em 2003, foi de 0,5%. Na década de 90, a média de crescimento do PIB foi de 2,6% e na de 80, de 1,6%. "Mesmo no modelo mais otimista, o potencial de crescimento contínuo do PIB é de 3,7% para 2010 e próximo a 5% em 2015", prevê o economista.
As metas de desemprego e renda per capita, segundo Maia, são coerentes com o PIB projetado. O Mapa prevê taxa de desemprego de 9% em 2007, de 7% em 2010 e de 6% em 2015 – em 2004, a taxa de desemprego do país foi de 11,5%, segundo dados do IBGE. Já a renda per capita, que foi de US$ 7.766 em 2002, tem projeção de alcançar US$ 12.000 em 2015.
"Para o país atingir estes níveis, é fundamental o aumento de produtividade", afirma o analista da Tendências Consultoria. E o aumento da produtividade, acrescenta, depende de fatores macro e microeconômicos. Na questão macro, o economista aponta como pré-requisito um melhor balanço de políticas fiscal e monetária que permita taxas de juros mais baixas. "No micro, o crescimento da produtividade está ligado a investimentos produtivos", afirma. Na avaliação de Guilherme Maia, esses investimentos dependem da reforma tributária, da reforma trabalhista e do desenvolvimento do mercado de capitais. "Ainda temos muito o que caminhar para que alcancemos um ambiente propício para investimentos privados", avalia.