Cooperação bilateral é mais um passo para intensificar relações comerciais Brasil Ucrânia

26/04/2005 - 7h21

Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Brasil e Ucrânia deram mais um passo para intensificar suas relações comerciais e acelerar as negociações sobre o acordo de lançamento de satélites com o foguete ucraniano Ciclone IV na Base de Alcântara (MA). Os ministros das Relações Exteriores da Ucrânia, Borys Tarassiuk, e do Brasil, Celso Amorim, conversaram no Palácio Itamaraty sobre temas de cooperação bilateral como a criação de empresa binacional que vai adequar a infra-estrutura da Base de Alcântara ao veículo lançador ucraniano. Tratado firmado pelos governos brasileiro e ucraniano prevê o lançamento do primeiro satélite da Base de Alcântara em dezembro de 2006.

As negociações para a criação empresa, no formato de joint-venture (uma fusão de interesses entre uma empresa com um grupo econômico, pessoas jurídicas ou pessoas físicas que desejam expandir sua base econômica), ainda não foram concluídas. Em entrevista à Agência Brasil, o ministro Borys Tarassiuk disse que do lado ucraniano as discussões sobre a criação de joint-venture estão finalizadas. "Os acordos foram ratificados pelo parlamento ucraniano, então não há problemas da parte da Ucrânia. Ao mesmo tempo, estamos esperando alguns passos do lado brasileiro", ressaltou.

Para a empresa ser efetivamente criada, ainda é necessário ao Brasil definir a empresa estatal que participará do projeto comum instituído pelos dois países. O chanceler Celso Amorim e o ministro Borys Tarassiuk discutiram o impasse, e segundo o ministro ucraniano a solução para que a empresa seja criada está mais próxima. "Estamos nos aproximando do estágio em que o lado brasileiro vai completar os procedimentos internacionais. Nós precisamos da confirmação dos acordos que foram assinados pelos Executivos, e precisamos também da conclusão dos tratados bilaterais para a criação de uma joint-venture", ressaltou o ministro.

Segundo Tarassiuk, tanto o Brasil quanto a Ucrânia vão se beneficiar da cooperação, que também prevê troca de conhecimento tecnológico entre os dois países. "As realizações da Ucrânia podem ser combinadas com as realizações brasileiras, e a favorável localização geográfica do Brasil nos permite o mais eficiente lançador de satélites. Levando em conta que no mercado globalizado dos satélites a demanda é muito alta, eu acho que os nossos dois países podem se beneficiar desse mercado", defendeu.

A empresa vai atuar sob a coordenação conjunta da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da Agência Espacial Nacional da Ucrânia (NSAU). Segundo o acordo firmado entre o Brasil e a Ucrânia, a nova empresa ficará responsável pela comercialização dos serviços no mercado internacional e pela implantação e operação da infra-estrutura específica para o lançamento dos foguetes Cyclone 4, a partir da Base de Alcântara.