Rio, 25/4/2005 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério da Saúde está disposto a continuar pagando os contratos de profissionais temporários e a manter os equipamentos e remédios comprados para os hospitais Souza Aguiar e Miguel Couto, mesmo com o fim da intervenção federal nas duas unidades. Segundo o diretor do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Arthur Chioro, a proposta foi apresentada hoje, durante a primeira reunião do Ministério com representantes da Secretaria Municipal de Saúde do Rio para discutir a devolução dos dois hospitais, determinada pelo Supremo Tribunal Federal.

"Nós tivemos hoje oportunidade de começar a conversar inclusive sobre a intenção do Ministério da Saúde de continuar mantendo parte significativa das benfeitorias em termos de equipamentos, pessoal e abastecimento. Ainda temos produtos, comprados na semana passada, que estão chegando a essas unidades. Nenhuma disputa, nada justifica deixar de assistir a população do Rio", disse Chioro.

Ele informou também que o ministério vai continuar negociando para que a prefeitura pague os salários dos funcionários municipais que estão trabalhando nos outros quatro hospitais sob intervenção. Segundo Chioro, "a decisão do Supremo Tribunal Federal diz apenas que a prefeitura pode manter ou retirar esses funcionários, mas todos sabem que a retirada colocaria em risco a vida de muitos pacientes".

O secretário municipal de Saúde do Rio, Ronaldo César Coelho, entretanto, disse que a manutenção desse pagamento por parte da prefeitura "está fora de cogitação".

Os auditores da prefeitura devem começar a trabalhar nos dois hospitais a partir de amanhã (26), e a próxima reunião entre representantes do Ministério e da Secretaria Municipal de Saúde deve ocorrer quinta-feira (28).

Os hospitais Souza Aguiar e Miguel Couto estavam sob intervenção federal desde o dia 11 de março, e devem ser devolvidos à gestão da prefeitura na primeira semana de maio.