Falta empenho para aprovar autonomia do Banco Central, diz assessor da diretoria

25/04/2005 - 16h38

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - Dificuldades administrativas em função da lei brasileira impedem uma maior celeridade na adoção dos novos princípios do Acordo de Basiléia II pelo sistema financeiro nacional, disse hoje no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Rio de Janeiro (Ibef/RJ) o assessor da Diretoria de Fiscalização do Banco Central (Bacen), Alvir Alberto Hoffman. As novas normas começam a ser adotadas no final do ano e incluem a revisão de requerimentos de capital para risco de crédito e de mercado, permitindo que bancos estabeleçam modelos próprios.

O atraso na implementação das novas regras de Basiléia pelo Brasil em relação a outros países, segundo avaliou Hoffman, "está na parte institucional, em que não existe autonomia formal ou do Banco Central ou da autoridade de supervisão e não existe mandatos para os diretores". Hoffman apontou que falta empenho para que a autonomia do Bacen seja aprovada. Do mesmo modo, ressaltou a necessidade de definição da questão da proteção legal. A ausência desse mecanismo cria uma insegurança muito grande para quem tem a responsabilidade de decisão de liquidação de instituições, disse o assessor.

O cronograma de adoção das novas regras previstas pelo Acordo de Basiléia II fixa para o final de 2007 a divulgação dos critérios para adoção de modelos internos para riscos de mercado e de crédito e definições dos critérios para risco operacional. O processo deve ser concluído em 2011.