Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O embaixador brasileiro no Equador, Sérgio Florêncio, disse à Agência Brasil que a situação no país é "de grande tensão", mas os protestos em frente à embaixada diminuíram. As manifestações em frente à residência da embaixada brasileira em Quito seguiram até a madrugada desta sexta-feira (22).

O ex-presidente do país, Lucio Gutiérrez, aguarda no interior da residência o salvo-conduto, que depende da autorização das autoridades equatorianas, para deixar o país em segurança. Pelo menos 200 pessoas impediram a saída de diplomatas que se encontravam no interior da casa.

Florêncio fez questão de esclarecer, no entanto, que as manifestações não são contra o Brasil. "É muito importante dizer que os protestos não são dirigidos contra o Brasil, mas à figura do ex-mandatário do Equador. O clima na cidade melhorou, há um ambiente de maior tranqüilidade, mas ainda há visíveis tensões localizadas em diversas regiões de Quito, com manifestações de grupos contrários à atual situação política", explicou.

O embaixador informou que o salvo-conduto de que depende o ex-presidente equatoriano é fruto de negociações entre o governo brasileiro e o daquele país. Segundo ele, as conversas devem continuar durante todo o dia, sem previsão para a autorização. "A expectativa nossa é de que esse salvo-conduto se processasse, finalizasse da forma mais rápida possível, porque o nosso objetivo, ao conceder o asilo político ao presidente Gutiérrez, foi contribuir para a paz social do Equador. A nossa interpretação é de que quanto mais cedo se desloque, se tire o presidente do país, a tensão deverá ser consideravelmente arrefecida", disse.

De acordo com Florêncio, essa foi a maior razão política para a concessão do asilo pelo Brasil: reduzir as tensões. Ele contou que Gutiérrez já reage melhor aos acontecimentos. "O presidente está em estado ainda sensibilizado com tudo o que aconteceu, mas com uma disposição melhor".