Thaís Brianezi
Enviada especial
Boa Vista - Duas lideranças indígenas de Roraima, ambos professores, receberam ameaças de morte nesta quinta-feira por meio de ligações anônimas. Desde então, evitaram voltar para casa. São eles Telmo Riveiro, membro do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e a coordenadora da Organização de Professores Indígenas de Roraima (OPIR), Pierlângela Nascimento.
Em entrevista à Agência Brasil, Telmo Ribeiro relatou como foram as ameaças recebidas por telefone. "Às 10h00 horas da manhã ligaram para minha casa e disseram que eu e minha amiga seríamos pegos", contou. Assim que recebeu a ameaça, Telmo entrou em contato com Pierlângela, que confirmou ter recebido telefonema semelhante.
Segundo Telmo, que ao conceder a entrevista ainda não tinha entrado em contato com a Polícia Federal, as ameaças são pressões dos grupos contrários à homologação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Ele contou que outra forma de pressão sobre os 640 professores indígenas que atuam em Roraima é o medo da demissão. O governador Ottomar Pinto (PTB) já afirmou que pretende retirar das terras indígenas todos os serviços prestados pelo estado.
Em entrevista anterior à Agência Brasil, Marinaldo Trajano, coordenador do CIR, disse que os professores podem ficar tranqüilos porque a educação é um direito constitucional e ele pode ser garantido por meio de convênios diretos com o governo federal.