Mesa diretora da Câmara recolhe assinaturas para aumento de salários dos deputados

23/02/2005 - 22h24

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Uma das propostas de campanha do então candidato e hoje presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), de equiparar os vencimentos dos deputados aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reascendeu as discussões na Casa. Cavalcanti encarregou o segundo vice-presidente da Mesa Diretora, deputado Ciro Nogueria (PP-PI), de coletar as 257 assinaturas de deputados para votar a proposta em regime de urgência.

Ciro Nogueira informou na tarde desta quarta-feira que a grande maioria dos deputados tem assinado a urgência. "Tem deputado que não assina, mas a grande maioria dos que estamos procurando assina", disse. Segundo ele, mesmo com as 257 assinaturas necessárias quem vai decidir sobre o aumento dos subsídios dos parlamentares é a votação do plenário da Câmara. "Quem vai decidir sobre o aumento dos deputados é o plenário, que é soberano. A Câmara tem que definir se concede o aumento ou não e quanto mais rápido tiver a resposta será melhor para a instituição", afirmou Nogueira.

Na previsão do segundo vice-presidente, a Câmara deverá votar o projeto na próxima semana. "Temos que definir se vai ter a equiparação salarial ou não. Temos que dar a equiparação que é o que manda a Constituição", afirmou. Segundo ele, a sociedade não está está contra o aumento porque quer "deputado que não fique sujeito a empresas e a lobbys".

O deputado Severino Cavalcanti avisou que vai divulgar os nomes dos deputados que votarem contra o aumento e receberem o reajuste depois. "Vou dizer quais são os deputados que estão dizendo que não vão querer o aumento e vão receber. Para que a imprensa veja quem tem seriedade e quem quer enganar o povo", afirmou.

O presidente da Câmara informou que determinou a criação de uma comissão para rever todos os contratos da Casa e verificar quais são necessários para cortar os gastos que existirem em excesso. Ele recordou que nos dois anos como primeiro secretário da Câmara devolveu R$ 90 milhões ao Tesouro Nacional, "numa prova de que havia excesso de despesas na Câmara. Agora sendo presidente vou enxugar todas as despesas desnecessárias da Casa, porque o dinheiro público tem que ser tratado com seriedade", afirmou.