Taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo cai pelo nono mês consecutivo

23/02/2005 - 14h33

Pedro Z. Malavolta
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo caiu pelo nono mês consecutivo, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (Ped) do Sistema Estadual de Análises de Dados (Seade) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio- Econômicos (Dieese), divulgada hoje.

O coordenador de pesquisa do Seade, Alexandre Loloiane, vê como positivo o aumento do número de ocupados entre janeiro de 2004 e janeiro desse ano (4,6%) estar próximo da velocidade do crescimento econômico, estimada em 5,0% pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Nos anos anteriores a economia crescia pouco e o emprego diminuía", relata.

A taxa de desemprego total caiu de 17,1% em dezembro para 16,7% em janeiro. Nos 20 anos que a Ped é realizada, só em outras quatro vezes esse índice apresentou queda entre dezembro e janeiro. Já a renda média dos ocupados (grupo que inclui tanto assalariados quanto autônomos) teve o seu pior desempenho no mês de dezembro em toda a séria da pesquisa. A renda média dos ocupados em dezembro de 2004 foi de R$ 1.013, uma queda de 0,04% em novembro de 2004 (R$ 1.017).

A queda é de 4,4% quando a base comparada é a renda média de dezembro de 2003 (R$ 1.060). Já a renda média apenas dos assalariados foi de R$ 1.071 uma diminuição de 1,8% em relação a novembro e 2,1% em relação a dezembro de 2003. A massa total da renda dos ocupados em dezembro é 0,3% menor comparada a novembro e 0,9% se comparada ao mesmo mês de 2003.

A taxa de desemprego caiu porque mais pessoas deixaram de procurar emprego do que o total de vagas de trabalho extintas vagas em janeiro. Segundo a pesquisa, 114 mil pessoas deixaram de procurar emprego (saindo da População Economicamente Ativa) em janeiro deste ano e foram fechadas 55 mil ocupações; assim, 59 mil pessoas deixaram o contingente de desempregados (estimado em 1,659 milhão).

Os setores de Serviços e o agregado de Outros Setores (que inclui serviços domésticos e construção civil) fecharam 46 mil e 64 mil postos de trabalho, respectivamente, em janeiro. Já a Indústria criou 31 mil ocupações, principalmente com trabalhadores autônomos, num crescimento de 2%. Apenas em outras quatro ocasiões houve qualquer índice de crescimento no mês de janeiro na história da pesquisa. O setor de Comércio criou 24 mil vagas em janeiro. Segundo o coordenador da Pesquisa, Clemente Ganz Lucio, do Dieese, o crescimento de vagas no comércio e nas áreas da indústria de Vestuário e Têxtil (5,8%) e de Alimentação (7,8%) mostram uma economia aquecida.