Brasília, 23/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de 40 pessoas deverão participar amanhã (24) da reconstituição do assassinato da irmã Dorothy Stang em Anapu, no Pará. A área será isolada no início da manhã por agentes das polícias Civil e Militar. Os principais suspeitos da execução chegarão ao local às 10h, quando começará a simulação.

Os investigadores esperam definir de forma conclusiva a participação de Rayfran Sales, Clodoaldo Batista e Amair Cunha no crime. Os três foram presos nos últimos dias. O delegado Valdir Freire, da Polícia Civil, lembra que Rayfran – provável autor dos disparos - estava acompanhado de Clodoaldo no momento da execução e que Amair teria sido o contratante.

Na terça-feira, os três passaram por uma acareação que durou cerca de oito horas. Rayfran e Clodoaldo trocaram acusações sobre quem teria sido contatado pelo intermediário Amair e acertado o valor do assassinato. Segundo Freire, quando os dois pistoleiros foram confrontados com Amair, disseram: "Nós executamos ela a pedido dele". E Amair negou. "Rayfran e Clodoaldo iriam receber R$ 50 mil. Receberam R$ 50 e ficaram de ganhar o resto depois que os ânimos se acalmassem na região", revelou o delegado.

Ainda de acordo com Freire, os pistoleiros também contaram detalhes da fuga, que teria envolvido o acusado de ser mandante do crime, o fazendeiro Vitalmiro Moura, conhecido como Bida. "Eles teriam fugido para a fazenda do Bida, que lá proveu alimentação para a dupla e permitiu que a arma fosse escondida na área", conta o delegado.

O inquérito sobre a morte da irmã Dorothy Stang deverá ser concluído nos próximos dias. A polícia ainda procura o provável mandante do assassinato. Nesta quarta-feira, um laudo descartou a hipótese de uma segunda arma ter sido usada no crime. Balas diferenciadas confundiram os investigadores, mas a perícia mostrou que apesar de terem características diferentes, saíram da mesma arma: o revólver calibre 38 já encontrado.