Prefeitos petistas do Pará pedem a Lula para antecipar liberação de verbas

23/02/2005 - 18h20

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje à tarde, no Palácio do Planalto, 18 prefeitos e oito vice-prefeitos petistas do estado do Pará que pediram ao governo federal a antecipação da liberação das verbas previstas no Orçamento para o Estado de acordo com o "calendário ambiental", para que as obras de infra-estrutura não sejam prejudicadas pelas chuvas, segundo o deputado federal Zé Geraldo (PT/PA), também presente ao encontro.

"Uma das formas de ajudar o Pará é antecipar a liberação das verbas para o mês de julho para se trabalhar até dezembro, quando é período de sol. A maior parte dos recursos só são liberados em dezembro. Aí são aplicados debaixo de chuva e as verbas vão para o ralo", explicou o deputado.

Zé Geraldo afirmou que grande parte desses recursos precisa ser liberada com urgência para a realização de obras nas rodovias Transamazônica e Santarém-Cuiabá, inclusive para facilitar a fiscalização naquele estado, pois "não existe fiscalização sem acesso. Queremos a trafegabilidade nas estradas. A região está sendo penalizada por falta de infra-estrutura". Segundo ele, o presidente disse que a liberação antecipada dos recursos para o Pará está sendo analisada pelo governo federal.

Sobre as recentes mortes no Estado, o parlamentar disse que Lula "está determinado a manter a ordem e combater a grilagem e a pistolagem na região". Segundo ele, a única forma de dar segurança às pessoas ameaçadas de morte ali é manter a segurança estruturada e resolver os problemas fundiários: "Enquanto tiver disputa de terra e tiver indefinição fundiária, muitos estão ameaçados, como foi o caso da irmã Dorothy Stang".

Quanto às propostas entregues ontem ao governo por integrantes de movimentos sociais no Pará para acabar com a onda de violência e os conflitos agrários no estado, Zé Geraldo disse que o governo está empenhado em atendê-las. O parlamentar anunciou que muitas delas serão colocadas em prática em breve, como a consolidação do projeto de assentamento florestal na região onde morreu a missionária e a desapropriação de terras na região para garantir o assentamento de famílias rurais.

A estruturação de delegacias da Polícia Federal em alguns municípios do Pará, a criação de uma superintendência do Incra no oeste do Pará e a manutenção do Exército no estado até o final do ano também já estão sendo analisadas pelo governo federal.